21 de dezembro de 2023. 

Segundo o UNICEF, aproximadamente 1 bilhão de crianças e adolescentes – quase metade da população infantil - vivem nos 33 países classificados como de "risco extremamente alto" a choques e desastres climáticos. O Brasil é classificado como um país de alto risco, na América Latina e Caribe somente o México possui um índice superior.

Entendendo que a crise climática é uma crise dos direitos das crianças e dos adolescentes, em 2023, o CIESPI/PUC-Rio liderou diversas iniciativas focadas em meio ambiente e direitos da infância, incluindo a fundação da CLICA e contribuições em conferências e publicações internacionais.

A preservação do meio-ambiente é essencial para garantirmos a implementação dos direitos de crianças, adolescentes e jovens. 

Fundação da Coalizão pelo Clima, Crianças e Adolescentes (CLICA)

O CIESPI/PUC-Rio é uma das instituições fundadoras da CLICA, articulação da sociedade civil que tem por objetivo defender o direito de crianças e adolescentes, da presente e das futuras gerações, ao meio ambiente limpo, saudável e sustentável.

Também integram a coalizão o Centro de Recuperação e Educação Nutricional (CREN), Fundação José Luiz Egydio Setúbal, Instituto Alana, Instituto Árvores Vivas, Instituto da Infância (IFAN), Plan International Brasil, Rede Nacional Primeira Infância e Visão Mundial.

Desde sua fundação, em março de 2023, a CLICA liderou diversas ações: foi nomeada por Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, para atuar na gestão do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), enviou contribuições para o Comitê dos Direitos da Criança da ONU, responsável pela elaboração do Comentário Geral nº 26, que trata sobre os Direitos da Criança e o Meio Ambiente, com foco especial nas Mudanças Climáticas e participou de seu lançamento no Congresso Nacional, em Brasília.

Carolina Terra, da equipe do CIESPI, no evento de lançamento do Comentário Geral n.26

Revista O Social em Questão: Perspectivas Internacionais sobre Decolonialidade e Direitos da Criança

A edição número 56 da revista O Social em Questão, Perspectivas Internacionais sobre Decolonialidade e Direitos da Criança, lançada no primeiro semestre, reuniu importantes contribuições de pesquisadores brasileiros e estrangeiros. As reflexões tratam sobre a correlação entre decolonialidade, infância e natureza, e a compreensão de como as diferenças culturais e os processos globais influenciaram, e influenciam, as realidades históricas, políticas e econômicas que afetam as crianças. Os artigos incluíram análises de experiências e contribuições de saberes infantis e de povos originários e, reflexões sobre metodologias e práticas que se contrapõem às proposições hegemônicas colonialistas, que tendem a reforçar a desconexão entre os conhecimentos científico e tradicional.  

Dando prosseguimento a esse importante debate, no dia 03 de agosto o CIESPI/PUC-Rio e o Departamento de Serviço Social da PUC-Rio organizaram o seminário online Decolonialidade e Conexão das Crianças com a Natureza (disponível no canal do YouTube do CIESPI).

Eventos

Em setembro, o CIESPI participou da Conferência Internacional Espaços Naturalizados para as Infâncias, realizada no SESC Vila Mariana, em São Paulo. A organização do evento foi uma iniciativa do Instituto Alana, importante parceiro nas ações voltadas para as questões ambientais. O CIESPI/PUC-Rio participou com o painel intitulado “Decolonialidade e Infância: herança colonial e conexão das crianças com a natureza”. 

No 17 de novembro, também em São Paulo, o CIESPI esteve presente no evento Pré-COP28, organizado pelo Instituto Aya e Aya Earth Partners, com a Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva, e convidadas. A rodada de debates sobre as políticas federais voltadas para a redução do impacto da crise climática incluiu a participação de Mahryan Sampaio, embaixadora da juventude da ONU e da liderança indígena Vanda Witoto, da Fundação Rede Brasil Sustentável, entre outras. 

O engajamento é essencial para estarmos presentes nos espaços de reflexão, articulação e inclusão das infâncias e juventudes nas ações destinadas à proteção do meio-ambiente, e para estabelecermos novas formas de relação com a natureza.